Podias ter-me escrito uma carta, um e-mail, uma mensagem.
Podias ter mandado um ramo de flores ou uma caixa de sementes com um cartão a dizer desculpa. Eu teria perdoado porque não há nada para perdoar.
A paixão é mesmo isto, nunca sabemos quando acaba ou se transforma em amor, e eu sabia que a tua paixão não iria resistir à erosão do tempo, ao frio dos dias, ao vazio da cama, ao silêncio da distância.Há um tempo para acreditar, um tempo para viver e um tempo para desistir, e nós tivemos muita sorte porque vivemos todos esses tempos no modo certo.
Não sei como se diz desistir na tua língua nem quero aprender, porque na minha demorei muito tempo a aceitar que, às vezes, desistir é o mesmo que vencer sem travar as batalhas. Antigamente pensava que não, que quem desiste perde sempre, que a subtracção é a arma mais cobarde dos amantes, e o silêncio a forma mais injusta de deixar fenecer os sonhos. Mas a vida ensinou-me o contrário.
Hoje sei que desistir é apenas um caminho possível, às vezes o único que os homens conhecem.
Tudo isto porque: Tento esquecer-te. Deixei de falar de ti e de dizer o teu nome, deixei de o desenhar no espelho da casa de banho, quando o vapor inunda todas as superfícies. Em vez disso, tenho o coração embaciado de dúvidas e o olhar desfocado pelo absurdo do teu silêncio continuado, o olhar de quem aprende a adaptar-se a uma luz desconhecida, a uma nova realidade.
mas é dificil, porque: O tempo não sabe nada, o tempo não tem razão, porque ele não cura todos os males nem apaga todas as dores.....Deixei de sonhar com a tua presença na minha vida., mas a verdade é que: Há amores que nunca morrem, não há?, mesmo que isso resulte numa: "dor que ficou no peito, que dói e que dura."
No entanto esses mesmo amores que nos deixam uma dor no peito, podem também fazer-nos sorrir, passado algum tempo, e nessas alturas,
é só deixar correr, como afinal, tudo o que é verdadeiramente importante na vida.
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