dizem que recordar é viver, hoje recordo muito, demais até. custa-me mentalizar-me que as coisas mudam, as pessoas mudam, sei lá, se mudei também de uma maneira que não entenda. custa-me saber que o que hoje é verdade amanhã já não é e que afinal os caminhos mudaram, mudaram todos. custa tanto.
não depende só de nós segurar o fio que nos liga, ou ligava ou há-de ligar. quando se constrói um sentimento, seja ele qual for, há que haver luta de ambas as partes, com ou sem discussões pelo meio.
tenho um dos piores feitios de sempre, não sou uma pessoa fácil de lidar mas tenho a noção de que, se gostar de uma pessoa seja de que maneira for, eu dou muito, dou tudo, dou sempre o que posso e o que não posso e mesmo com este feitio, eu sei que estou lá, sempre lá.
magoa-me o facto de hoje, ver o ontem desaparecer de uma forma tão dura, tão repentina, amei o ontem e no fundo começo a perde-lo. acho que, dizer que se ama a sério alguma coisa ou alguém não é propriamente tarefa fácil, ou melhor, de mudanças, o sentimento não se muda todos os dias, quando dizemos o quanto gostamos de alguém devemos gostar e pronto, sem mais nada, só nós e sobretudo a verdade.
eu já errei, de facto. errei e aprendi mais do que julgam, tenho pena de não poder agarrar o passado que adorei como agarro o presente. porque afinal, eu aprendi.
magoa-me isto tudo, magoa-me ter perdido tanto em tão pouco e, apesar de ter ganho os momentos bons que guardo, tanta coisa mudou, tanta gente mudou. tanta verdade mudou.
há dias em que recordar não é viver, dói.
tenho pena de não teres permitido que a tua presença continuasse firme na minha vida e que tenhas seguido um caminho diferente. foste das poucas pessoas que me marcou realmente.
um dia, escrevo-te uma carta a sério.
/ds
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