quarta-feira, 20 de junho de 2012

Querida Inês,

Talvez precises que te escreva, hoje. Talvez precises de ler as minhas-tuas palavras, talvez precises de ouvir-te a ti. Talvez assim acordes, verdade?
Não desistas agora, Inês, não te deixes ir abaixo agora, que tanto precisas de ti. Não deixes que as pedras (enormes, cá entre nós) que te têm aparecido pelo caminho, te façam tropeçar. Nem que a ferida que pessoas menos boas te abriram páre de sarar, nem que esta tempestade que teima em não parar te faça não continuar o teu caminho.
Não deixes. Não permitas sequer que te façam duvidar do valor que tens, do brilho que demonstras e da força que sempre, mas sempre, pareceu inesgotável. É que muitas pessoas passaram na tua vida, e só te ensinaram a não ser como elas. E é aí que tu percebes que afinal valeu a pena conhecê-las, existiu um motivo naquele momento para as coisas acontecerem como assim foi. E o motivo era este mesmo. Uma das tuas maiores lições de sempre. Não te entregues assim, demais. Não confies demais. Não fales demais. Mas nunca deixes de fazer o bem. Não te arrependas do quanto os ajudaste, acredita que um dia hão-de encontrar o caminho certo e aprender.
Não deixes de espalhar o teu sorriso, Inês. Mas sobretudo, para além de tudo isto, não deixes de acreditar. Não o faças, seria o teu pior erro de todos.
E lembra-te sempre de uma coisa muito importante, que nestes últimos meses te esqueceste: tens de amar-te a ti primeiro, sem precisar que outro alguém o faça. Sem precisar de depender do amor de alguém para o teu amor próprio crescer e tu também. Aprende que, independentemente das desilusões que a vida te traz e ainda há-de trazer, tens pessoas ao teu lado (sejam muitas ou poucas) que te adoram como ninguém e te aceitam exactamente como és. Com ou sem defeitos, com ou sem crises, com ou sem fraquezas. E se isso te servir de apoio, força, ama-te só mais um bocadinho.
Percebe que ao gostares de ti primeiro te magoas menos, mesmo que doa imenso as facadas que te dão. E esses que te dão em troca um balde de água fria, perdoa-os. Perdoa, porque não há nada melhor que saber perdoar para poder caminhar em frente de forma mais liberta, mais feliz. Mesmo que às vezes essa seja a tarefa mais difícil de todas.
Não desistas agora, Inês. Porque a tua força vai continuar como era, as feridas vão desaparecendo com o tempo, por mais que assim demore. A vida dá tantas voltas, já viste? E fica tudo bem. Basta nunca deixares de acreditar. E pessoas boas vão chegar, e fases boas também. A tua coragem, essa também vai aumentando, vai crescendo, assim como tu. Mesmo que não te apercebas, a vida está a ensinar-te mais do que possas imaginar, e estás a aprender muito bem.
Não desistas. Não te esqueças. Acredita. Novas fases estão mesmo para chegar.

Amanhã é um novo dia, e vai ser tão melhor.

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