segunda-feira, 29 de abril de 2013
Cartas, mais uma
Não penses que me esqueci de te escrever, ou que perdi o gosto à escrita, ou que não quero. Não te tenho escrito é certo, mas pedi-te desculpa no meio das mil conversas que tenho contigo antes de adormecer, principalmente nos momentos mais dificeis, avô, principalmente nesses, eu converso contigo, peço-te que me guies, que me ajudes a viver a minha vida tal como tu viveste a tua, com garra, com um sorriso na cara, com uma inteligência e humildade maiores que o mundo.
Estes meses aprendi as lições que te falava, que já esperava. O mundo está cheio de pessoas más, e a verdade é que cada vez existem menos pessoas como tu. Tenho perdido muitas pessoas da forma mais triste, aquela em que eu nem sequer chego a dizer adeus, elas só me magoam e vão embora, vezes sem conta, e vendo bem, não é bem uma perda, não é? Acho que acabei por ganhar mais do que perdi. Mas espera, avô, em compensação o destino também se encarregou de trazer pessoas boas ao meu caminho, pessoas que me fazem bem, que me fazem sorrir, e às vezes pergunto-me: mas por quanto tempo agora? Por quanto tempo me vão fazer este bem que me fazem?
Gostava que algumas dessas pessoas permanecessem sempre na minha vida, porque, sinceramente, de desilusões já me cansei há um bom tempo, apesar de saber que vão continuar a existir mais e mais ao longo da minha vida.
Fazes-me sempre falta. Gostava que estivesses aqui, para me aconselhares, para conversares comigo como converso contigo, para me ouvires, de forma diferente da que me ouves agora, para poder viver contigo tanta coisa que não pude viver. E quem me dera ter percebido mais cedo que eras o melhor do mundo, para poder dizer-te tudo o que devia ter dito. Mas eu não sabia, não sabia que tinha ao meu lado a melhor pessoa que alguma vez tera conhecido, tinha um melhor amigo, um anjo, um herói, e não sabia.
Se ao menos podesses voltar só por um minuto (...)
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