"Se lutei por ti? Não. Lutei contra mim. Contra a metade que sobrou do meu eu.

Neguei-me a voltar ao tudo que me completava. Mas queria voltar – sabe Deus, e eu, o que eu queria regressar à metade do abraço que me faltava. Prendi-me em mim, atei a metade sobrante do meu corpo, à minha alma que me sobrou sobrevivente. Não foi fácil, acredita, nem sempre as almas conseguem suster o seu corpo. Por vezes deixam-no ir, perdem-no, e nunca mais o encontram. Uma alma perdida do seu corpo refugia-se noutro corpo. E isso eu não queria.

A alma era a única coisa inteira que sobrou da morte da metade do meu corpo."