sábado, 4 de agosto de 2012

Projectos do acreditar, do rir e do viver.

02.08.012

Dizem que os melhores lugares para uma boa reflexão, são os calmos, onde pouca gente fala e a natureza nos invade a alma e nos deixa numa calma que, tendo em conta as rotinas (por vezes duras), é rara de se sentir.
Aproveitei então a deixa e, aqui na casa de férias –deliciosamente calma e carregada de ar puro- li o maravilhoso livro “Projecto Felicidade” e reflecti sobre tudo o que me tem deixado mais ou menos feliz.
Ultimamente a minha vida deu uma volta muito grande. Quando dei por mim, tinha passado o meu primeiro ano de faculdade, tinha terminado o sufoco da mudança, o medo de quem poderia encontrar e tudo o que de novo encontrei, quando me apercebi, tinha conhecido e esquecido pessoas que não valeram a pena, tinha percebido que amizades de anos não significam algo eterno e que amizades que começam mal podem, sem duvida, virem a tornar-se fantásticas e incansáveis. Quando acordei, por entre estes dias mais calmos, percebi que o novo se tornou uma parte totalmente essencial na minha vida, é, as minhas melhores e malucas amigas, a Psicologia, os livros, a minha força.
O regresso do João, por mais que eu o negasse, abalou a minha vida um bocadinho, não no sentido negativo, mas porque eu não sabia lidar muito bem com o facto de alguém que me deixou triste várias vezes ter-me apoiado, agora, quando precisei. E, confesso, também não sabia lidar com os comentários das outras pessoas relativamente a isto. O “afasta-te dele, já sabes que é má pessoa” ou “depois não te queixes”, deixavam-me triste em relação à minha teoria de que todas as pessoas merecem mais que duas oportunidades. É que, ao contrário do que julgam, eu ganhei o meu verdadeiro orgulho e amor-próprio, eu ganhei confiança, eu aprendi a ser alguém melhor, mas, com tudo isso, também manti a minha vontade de perdoar. E perdoei. E achei que fiz o que estava certo. E estou melhor assim. Na verdade, sinto-me aliviada da mágoa que senti e do problema que criava à volta do que um dia me fizeram. Um dia disseram-me “Perdoar é essencial para seguir em frente de forma mais liberta, mais feliz”, e é. Acreditem que sim. O que virá depois, que venha.
Este mês o meu avô faz anos, sim faz. E é claro que gostava que ele estivesse aqui, a ver-me crescer mais um bocadinho, a rir-se da minha parvoíce, a orgulhar-se do meu esforço para ser alguém um dia. Acredito piamente que nada acontece por acaso e a minha querida Ivone faz anos precisamente no mesmo dia que Ele, portanto, espero fazer uma grande festa e cantar os Parabéns com a maior felicidade. É, não foi por acaso que se tornou na minha flor. Acredito mesmo nisso.
Então, aqui, compreendi que a vida passa rápido (às vezes demasiado rápido), e que não posso deixar nada por aproveitar. Já passou um ano desde que entrei para a faculdade e cinco anos que o meu avô partiu.
Talvez tenha chegado a altura de criar o meu próprio Projecto de Felicidade, sem pensar na rapidez do tempo ou nas rotinas duras. Chegou a altura de perceber ainda melhor o quanto é bom ser feliz com as minhas próprias atitudes e escolhas, certas ou erradas, boas ou más.
Como acho que todos deviam fazer. O seu Projecto de Felicidade, cada um à sua maneira.

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