Há cerca de quatro anos a pessoa mais importante da minha vida escreveu-me a primeira carta, as primeiras palavras. A carta chamava-se Pais Maus e só hoje começo a entende-la realmente.
Começava: Um dia, quando a minha filha fôr crescida o suficiente para entender (...)
Pois é, Mãe, eu comecei finalmente a crescer e a entender. Tal como escreveste naquela carta, todos os não's que me tiveste de dar mesmo te custando. Pois é, Mãe, já se passaram quatro anos e eu re-li a carta com muita atenção.
Vários parágrafos começam por Eu amei-te o suficiente... Em que cada um deles me explicavas ao pormenor cada passo que mais te custou dar para me ver crescer sem me abrires o casulo, para me deixares libertar-me por mim mesma, pelo meu esforço.
Por me deixares errar sabendo que me ia doer, só para que eu crescesse mais um bocadinho.
Eu entendo, que me amaste e me amas o suficiente para lutares todos os dias por me ver bem e por me dar o melhor de ti.
E sabes uma coisa, eu sou a filha mais feliz do mundo, por poder ver o teu sorriso e a tua força e poder inspirar-me neles quando estou com os meus problemas parvos, os que por vezes me deixam mal, que me fazem ter dias menos bons.
E quando tu dizes que não tenho motivos para estar mal, sabe tão bem... Porque no fundo não tenho, porque eu tenho tudo, Mãe.
Eu sei que me amaste o suficiente para me teres dito não sabendo que te iria odiar por isso. Mas hoje, hoje eu entendo muita coisa, toda esta protecção.
Porque hoje eu vejo este mundo, e sei que o teu coração sufoca só de pensar que me pode acontecer alguma coisa.
Tenho muito orgulho em ter-te como minha mãe, tenho mesmo.
E hoje, que entendo a lógica dos pais maus, sei que ainda tenho muito mais que aprender. Mas o melhor de tudo, é saber que me vais amar sempre.
Obrigada por me deixares crescer, viver, obrigada por confiares em mim, por me dares tudo o que preciso e por me teres amado o suficiente para me teres feito entender o que sei hoje.
Olha só, cresci (só um bocadinho).
OBRIGADA MÃE.
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