sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Pedaços de sol, quem me dera que alguns estivessem, ainda em terra.

Fazes-me (como sempre) muita falta. E eu, para não variar, continuo a ter pouco jeito para saber lidar com a tua ausência. E com o desejo enorme de que estivesses aqui, só mais um pouquinho, para eu poder dizer-te as coisas que não disse, contar-te a falta que me fazes e que, às vezes torna-se menos fácil aceitar mais um Natal sem ti. Só mais um.
É que a tua força, afinal, fez-me companhia durante anos e eu não me apercebi, só depois, quando foste embora, é que notei o quanto faz diferença não te ter ao meu lado nos dias em que me sinto mais fraca, mais ansiosa, com medo. Como se fosse (e sou) ainda uma menina pequenina, que precisa de aconchego, de paz, de apoio para caminhar, é que a estrada é dificil, avô, sem ti aqui.
Estão sempre a dizer que sou insegura, que tenho de o deixar de ser, porque isso me prejudica em muitas coisas, porque isso me deixa sempre menos bem. E sou mesmo, e quem me dera não o ser. Mas nem sempre é fácil combater contra um obstáculo que parece tão pequeno, e é tão grande, que nos atraiçoa e que nos tenta empurrar para trás.
Mas falar é fácil quando não se percebe as saudades que tenho tuas e a vontade de te ter aqui, porque quatro anos é pouco, muito pouco, mas perceber que «tem de ser assim, é o ciclo da vida.» Ou então talvez seja só eu a ser muito teimosa, como sempre.
Não quero que penses que não estou bem, estou bem, estou bem com a vida e estou feliz, aliás, muito feliz. Só acho que contigo seria mais fácil combater este meu pior defeito, este que quero tanto que melhore. Eu só queria mudar um pouquinho, avô, sem ter medo, sabes.
Amanhã é Natal, e o teu sorriso vai estar onde sempre esteve, no meu/nosso coração, e acredita, passem os anos que passarem, isso não vai mudar.
"Foste o maior incentivo pra mim reconheço e sei, que não seria ninguém, nem chegava onde cheguei."

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