quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Não há tempo morto. Nem há falta de tempo. Há o tempo e a ausência de tempo. O tempo é a vida. A ausência de tempo é a morte. Nós temos um intervalo entre nascer e morrer. Só um. Só um intervalo. Só um tempo. Só uma vida. Não somos obrigados a abraçá-la. Podemos até não ligar nenhuma. Mas é mais inteligente ser-se egoísta e cobarde e forreta com o tempo, gastando o mínimo possível em coisas que nos incomodam. Quem ama aprende logo como é pouco o tempo. O cancro da Maria João desenganou-nos e mostrou-nos como o tempo é grande. Não só passamos mais tempo um com o outro como esse tempo é ainda melhor. Não foi um tempo difícil e comprido. Foi também o amor das nossas vidas.
Miguel Esteves Cardoso - "Como é Linda a Puta da Vida"

Sem comentários:

Enviar um comentário