segunda-feira, 18 de maio de 2015

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Faz vinte-e-dois anos que estava a lutar por viver. Segundo o que me conta a minha super mãe. Estava a lutar por viver e, pelo que me dizem, foi uma luta complicada, raio da vida que quase me escapava, mas eu não deixei, eu, e as forças que tinha apesar de tão pequenina, fazia questão de aproveitar.
Mas há uma coisa que hoje sei e não sabia quando continuava a crescer: a luta continuou. Continua. A luta por viver continua e esta dói e custa mais por ser tão consciente, por ser dura, atrapalhada pelas pessoas e pelo destino, ou lá o que lhe deva eu chamar. Esta luta, é pelo equilíbrio da nossa vida, da nossa felicidade, da nossa paz de espírito. Hoje sei o quanto custa manter esse equilíbrio, manter a calma, a esperança e a paciência, mas também vou aprendendo a fazê-lo.
Hoje cresci mais um bocadinho, e voltei a lembrar-me, como tanto tenho tentado fazer estes últimos ingratos meses, que tenho coisas e pessoas boas na minha vida, que mereço o que tenho, que preciso de aproveitar tudo isto, por mais que às vezes pareça insuficiente, por mais que eu esteja a parecer ingrata também por me ter deixado ir abaixo mesmo com tudo de bom que tenho, tenho de lembrar-me que tenho coisas que me dão uma maior paz interior, pessoas que me enchem o coração e que tanto sabem fazer por mim, que me podem fazer tão bem.
Hoje, tento lembrar-me que as coisas boas podem conseguir sobrepor-se às más se eu o permitir. Que as coisas más que aconteceram não foram propriamente uma perda mas sim uma vitória. Porque ganhei novas lições, aprendizagens, e sobretudo novas forças. Apesar da desilusão ter sido enorme, o amor que tenho recebido tem sido ainda maior, a gratidão de quem mais apoiei, o apoio de quem mais gosto e o sorriso na cara das minhas pessoas, são a melhor prenda que posso ter nesta altura. Por isso, que venha uma nova luta, e que eu vença de novo.

Afinal, ainda há tanto por viver, por aprender, por ser. A desilusão dói. Mas a vida continua. 
E eu posso ser tanta coisa, quem me vai impedir?

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