domingo, 20 de setembro de 2015

Palavras*

Sabes o que achava, companheiro? Que me tinham roubado as palavras. Que as mágoas e as tristezas tinham acabado por me silenciar, pelo menos na minha melhor maneira de comunicar. Mas depois há as outras pessoas. As pessoas como tu, que me salvam as palavras, que as trazem de volta da melhor forma.
Gostava de poder agradecer-te. Não, não é pelos momentos carregados de alegria, nem pelo apoio, pelos desabafos ou pela tua atenção, com isso tento agradecer-te retribuindo o amor que me dás na nossa amizade. Gostava de poder agradecer-te pela calma e pela paz que me devolves quando mais preciso. Pelo abraço apertado e pela cumplicidade. Tenho tanta pena da vida nem sempre deixar que o faças mais vezes. Tanta. É que preciso mais da tua presença do que imaginas. São estas mudanças. As mudanças que nunca gostei começam a chegar à minha vida e eu, como sempre, tenho medo. Tenho aquele medo chato de não conseguir, de deixar algo por fazer. E tu dás-me confiança e motivação porque acreditas mais em mim do que eu. Afinal, é para isso que a nossa amizade também serve. A Margarida Rebelo Pinto cita que uma mulher que se preze tem de ter alguns amigos gays, sempre achei graça a essa frase, e ouço muita gente dizer que também adorava ter um amigo gay, porque gostam de coisas que geralmente as meninas também gostam e porque são uns doces. É verdade. Mas eu adoro ter-te comigo e não é por isso (embora consigas ser incrivelmente e cruelmente sincero quanto à minha roupa por vezes), é pelo teu coração, sabes, pelo amor que tens para dar a quem gosta de ti. Isso é tão bonito. És uma pessoa tão bonita. E eu tenho tanto em ter-te comigo. Que a vida permita que continue a ter-te, mais até, se possível. Porque ainda tenho alguma coisas a agradecer-te. Porque me trazes as palavras de volta. Porque me deixas escrever, e sorrir.

Always, remember? Always.

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