quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ao nosso coração,

Tal como um dia vos li, os amigos, infelizmente, cada vez se vêm menos. Deixam que a rotina atrapalhe as vontades, que os encontros -nem que pequenos- caiam no esquecimento, e assim a amizade vai deixando de estar com a luz totalmente acesa, com muita pena minha.
Vivemos momentos inesqueciveis, em que fomos muito felizes, em que nos completamos e rimos de coisas que no fundo nem tinham muita piada. Mas afinal, bastava estarmos juntos para que isso acontecesse. Bastava estarmos ao lado umas das outras, e ao lado uns dos outros, para as gargalhadas surgirem, para a cumplicidade crescer e, assim, construíamos o que melhor temos: a amizade verdadeira, pura.
Agora combinamos um café, encontramo-nos e numa conversa de meia hora contamos as maiores novidades, damos os sorrisos que demos ha dois, três, quatro anos atrás, partilhamos os desgostos, as boas noticias e o que pensamos para o nosso futuro. E nessas conversas, pequenas mas tão importantes, surge uma nostalgia enorme de voltar um pouquinho atrás no tempo. Não para voltar aos mesmos locais, não para voltar às cidades, aos países que estivemos, mas para voltarmos a estar juntas como um dia estivemos, da forma tão natural, que dispensava quaisquer convites ou justificações.
Na verdade, a vida por vezes corre mais depressa do que nós, o tempo não perdoa e quando damos por nós estamos a pensar «podia ter-lhe ligado, podiamos combinar qualquer coisa». Não devemos. Cabe-nos a nós, deixar os convites para um café de lado, evitar os pequenos (mas não menos importantes) encontros, evitar deixar que o tempo passe assim, sem repararmos. Cabe-nos a nós manter esta ligação.
Não há nada que não se consiga com força de vontade e cuidado, portanto, é em nós que está o poder de não deixar que a luz da nossa amizade se apague, nem que por instantes brilhe um pouco menos. Os nossos caminhos vão ser diferentes, as oportunidades vão diminuindo, é certo. Mas conseguimos tudo, verdade?
Sei que concordam comigo, os nossos pedacinhos de tarde vão, com certeza, continuar, os nossos desabafos, as nossas risadas e os nossos telefonemas. Basta acreditar em nós.
É simples, gosto muito, muito de vocês, e felizmente essa luz não se apaga nunca.

Até já.

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