quinta-feira, 26 de julho de 2012

"Nunca é fácil segurar amizades quando elas não são verdadeiras o suficiente."

Vão existir muitos dias em que me vou lembrar das pessoas que deixaram a minha vida de forma dura, como por exemplo, o dia de ontem.
Mas é nestes momentos, em que me lembro de tudo o que me magoou, que também chego à conclusão que não fiquei a perder, fiquei a ganhar. Quando as pessoas nos dizem: Vá, o caminho é em frente, ou Esquece isso, há pessoas que não valem a pena, não imaginam o quanto dói quando nos apercebemos que pessoas por quem daríamos tanto, nos fizeram tanto. E nos deram tão pouco, quando a gente mais precisava, não é?
Foi quando eu mais precisei que ficassem do meu lado que me viraram as costas, foi quando eu mais precisei que aceitassem os meus defeitos, o meu mau feitio como dizem, que não o fizeram, foi quando eu passava uma fase terrivel, em que nem eu tinha noção do que fazia, que se foram embora e foi quando eu mais precisei que me aceitassem como eu sou que não o fizeram. Não fiquei zangada, fiquei triste. E na verdade ainda nem sequer digeri tudo isso muito bem. Ainda não compreendi se foi maldade ou simplesmente inconsciência. Ainda não percebi se a culpa foi partilhada ou não.
Mas uma coisa é certa, a amizade aceita e perdoa erros, não os julga. Não mesmo. E se houve pessoa que sempre soube perdoar, fui eu. Tenha eu as atitudes más que tenha, o feitio que tenha, o mimo que tenha, eu sei que dei muito de mim e que estive lá quando precisaram. De tantos erros que cometeram para comigo sem se aperceberem, de tantas coisas que me magoaram -talvez sem intenção- que nem sequer sabiam, eu perdoei. Perdoei, porque achava que não valia a pena deitar tantos anos ao lixo só porque somos pessoas diferentes, só porque temos formas de ser diferentes, só porque lidamos com as coisas de maneira diferente. Eu achava. Mas outras pessoas não. Na verdade, as pessoas esquecem-se que ninguém é perfeito, e esquecem-se de perdoar. Preferem dizer palavras ocas, carregadas de mágoa e de frieza, esquecem-se que amizade implica, às vezes, engolir sapos, e que eu também o fiz, sem sequer saberem disso. Não sabem nada, aliás. E foi aí que eu percebi que ganhei mais do que estava à espera.
Nunca é fácil segurar amizades quando elas não são verdadeiras o suficiente. E eu compreendi, nestes ultimos dias, que as pessoas que mais gostam de mim são aquelas que eu nunca precisei de atribuir papeis, as que mais me ajudam e apoiam, são aquelas que não estão sempre a tratar-me bem, mas a fazer com que eu perceba quando estou errada. E sobretudo, que não me deixam nunca sozinha, principalmente quando eu mais preciso. Quando eu até, inconscientemente me afasto, não me largam a mão. Quando eu digo as coisas mais parvas, quando choro, quando dou as maiores gargalhadas, quando estou em baixo ou quando ligo só para dizer asneiras. Essas, são as pessoas que realmente me amam. Aprendi isso. E agradeço.
Posto isto, fez-me bem pensar, é que eu não devo nada a ninguém. Fiz tudo o que podia e, um dia, quando olharem para trás, vão entender isso. Aos que estão comigo, dias cheios de Sol vão chegar e, nunca vou deixar de ser a pessoa em que me tornei, ou esquecer-me do que me deram um dia.
Perdoar é essencial para poder seguir em frente de forma mais feliz. (...)

Bom dia.

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